EU

Quem sou eu? Não me sei definir... Podia dizer que sou boa aluna, muito boa aluna, mas acho que ainda poderia ser melhor. Afinal, é a única coisa em que sou boa. Também sei escrever. Talvez por ter lido sempre muito. Os livros não me faziam perguntas nem me questionavam. Eram e são o meu refúgio. Ao ler, viajo, e posso ser quem quero. Sinto-me leve... Ao contrário da realidade. Odeio a imagem que tenho de mim - e que os outros também têm - e os meus maiores inimigos são o espelho e e balança. Tenho terror de engordar, de me transformar numa gorda, pois aí é que tudo será pior...



O Amor acontece...

O amor acontece quando menos esperamos. Mesmo para alguém como eu! Eu já não tinha esperança de o viver, tal como se calhar, muitas de vocês… mas a verdade é que ele existe e não faz diferenças. Eu sou a prova de que as coisas podem melhorar, de que podemos ser amadas, de que a felicidade está ao alcance de todas. Sejamos gordas ou magras, bonitas ou feias. Eu encontrei o meu príncipe, coisa que, em tempos, achei impossível. Estou a viver os dias mais felizes da minha vida e quero que acreditem que o mesmo vai acontecer convosco.

A minha mana...

Eu estou a ter o melhor Verão da minha vida, parece um sonho. Mas não se passa o mesmo com a minha irmã. O namoro dela parecia sólido como um rochedo, mas de repente o R. acabou o namoro. Ela está muito triste e desiludida, sempre pensou que o R. a ia apoiar em todas as situações, mas não foi isso que aconteceu. E eu dava tudo para ver a minha irmã sorrir outra vez, para a ver tão feliz como eu estou, mas infelizmente não sei como ajudá-la.

Decisões difíceis...


Às vezes, por muito que nos custe, temos de tomar certas decisões… Por mais difíceis e dolorosas que elas sejam. Nunca fui tão feliz em toda a minha vida, tive o que sempre sonhei, mas tive de abrir mão do meu sonho e vir embora.

Receio...

Tenho medo. Aproxima-se o momento da verdade. Não posso continuar sem dizer nada ao G. Tengo de lhe contar o meu problema. Tenho de lhe falar da anorexia. Sei que não devia ter problemas em contar,  até porque estou no caminho certo e estou cada vez mais perto de me recuperar, mas a verdade é que tem medo que a doença me faça perder a coisa melhor que lhe aconteceu nos últimos tempos, o G.


Estou feliz


Eu achava que ia ficar para sempre presa numa masmorra, mas com o amor da minha família consegui libertar-me da prisão que era a anorexia. Eu achava que os príncipes encantados não existiam, mas existem… Eu encontrei o meu. Ele não veio de cavalo, mas passa os dias num avião. Foi ele que me deu asas e que me faz ter vontade de voar cada vez mais alto.

O amor acontece...

... quando menos esperamos, mesmo para alguém como eu! Eu já não tinha esperança de o viver, tal como se calhar muitas de vocês.

Sinto-me feliz!

“Aconteceu o que sempre sonhei. Apareceu um rapaz, O rapaz. Ainda me parece um sonho, mas é real, muito real. É tudo o que sempre sonhei, bonito, compreensivo… Mas mais importante do que isso, gosta de mim como sou. Continuo a lutar com a anorexia, mas agora tudo se parece ter tornado um pouco mais fácil. Quero mais do que nunca ser capaz de deixar tudo para trás e lutar por ser feliz. Sinto-me capaz de ser feliz.”

Ele diz que não me esqueceu

Estou super confusa. Nunca me imaginei num baile de finalistas e acabei por ser a rainha do baile, nunca nenhum rapaz olhou para mim e agora tenho o G., um rapaz, espectacular, que diz que não me esqueceu desde a noite do baile… É tão estranho. Por um lado o que eu mais quero é ter um namorado, mas por outro tenho tanto medo de me magoar e de sofrer. A minha irmã mais velha tem sofrido tanto por causa dos seus amores, eu que sempre quis ser feliz como ela... Não sei. Estou confusa.

Um rapaz daqueles não é para mim

Tenho de fazer tudo para o esquecer. Ele disse-me que pensou muito em mim, mas não pode ser da maneira que eu penso nele…O G. é um rapaz que não está acessível a raparigas como eu, ele é muito bonito, simpático e nunca gostaria de mim. Como se isso não bastasse, ele tem namorada. E ela é exactamente o tipo de rapariga que imaginamos para um rapaz como ele. A E. é bonita e segura de si própria. Eles fazem um casal muito bonito… Por isso o melhor para mim é tirá-lo já da cabeça enquanto ainda não é muito difícil. Tenho medo de sofrer e ter uma recaída. Os rapazes como o G. não são para raparigas como eu.  


O fim da solidão

Apesar de tudo, continuo a sentir-me muito sozinha. Sei que estou a melhorar, mas a solidão é o pior sentimento do mundo. O que eu mais queria era saber o que é amar, como é sentir-me amada e acarinhada por alguém. Às vezes sinto-me tão mal por nunca ter sentido nada desse género que me sinto sufocar. A minha melhor amiga está apaixonada, mas não é fácil, porque o rapaz de quem ela gosta está com alguns problemas e ela tem sofrido com isso. Adorava poder dizer-lhe o que fazer, mas como é que posso dar-lhe algum conselho se nunca senti nada assim? Tenho de seguir a opinião do meu psiquiatra e, quando me sentir sozinha, falar com alguém.

Com vontade, mas sem coragem

Não vou mentir, por um lado gostava muito de ir ao baile, mas por outro não tenho coragem...

Ainda longe de acreditar...

Ontem experimentei a roupa que a minha irmã fez para uma feira de moda. Foi estranho... Achei que a roupa me ia ficar mal, mas a minha irmã disse-me que eu estava muito bonita e eu senti que ela estava a ser sincera. Quase acreditei nela.Quase que me senti como há muito tempo não me sinto: bonita.
Mas a minha imagem no espelho ainda continua a deixar-me triste.

Nada muda...

Sinto-me feia. Nunca deixei de me sentir, mas hoje tive a prova que não sou a única que pensa assim… Uns miúdos da escola gozaram comigo. Claro que os meus amigos, a minha irmã e a minha mãe vão dizer que eu sou linda, que eu é que não consigo ver isso, mas é mentira. Eles é que não vêem ou não querem ver o que toda a gente vê: que eu sou feia e que nunca nenhum rapaz vai gostar de mim.

Uma coisa muito positiva!

Tive uma óptima surpresa hoje. Pela primeira vez na minha vida disseram-me que eu sou bonita. Não foi ninguém da minha família, nem a minha melhor amiga, nem sequer o M. que só dizia isso para me enganar. Foi o B. O meu querido amigo B. Ele disse-me que desenhou um figurino a pensar em mim. Eu! A ser a musa de alguém. Ainda por cima fui a musa dele com roupa. Talvez isto signifique que as coisas estão finalmente a mudar e que, em breve, eu serei uma adolescente normal. E melhor, saudável.

Todos avançam, menos eu...

A minha vida está parada. Toda a gente à minha volta parece estar a evoluir, a avançar só eu é que estou estagnada. A minha melhor amiga foi convidada para ser modelo, como é óbvio está super contente. Ela merece, é linda e magra. Ainda por cima há um novo casal na escola que está super apaixonado. Por que é que a mim não acontece nada? Eu também gostava de viver estas coisas, apaixonar-me, fazer coisas entusiasmantes, que me fizessem sentir bonita. É difícil olhar ao espelho e gostar do que vejo nestes dias.

Um amigo e uma amiga...

Por que é que a vida não é mais fácil? Desde que a V. e o B. acabaram o namoro que me sinto muito dividida. Sou e sempre fui a melhor amiga da V., mas o B. também tem sido muito meu amigo. Não quero perder nenhum dos dois. Por que é que as pessoas são tão complicadas? O B. teve o acidente e as coisas em casa dele mudaram radicalmente, de repente, a mãe e o irmão perceberam que ele é importante na vida deles. Mas fez com que a V. se afastasse.

Encruzilhadas

Nos últimos dias não tenho escrito nada porque não me tem acontecido nada de especial. Faltam aventuras e emoções na minha vida, por isso habituei-me a viver das emoções dos outros. Estou muito orgulhosa do meu amigo B., que está a tentar salvar a família de se desmoronar. Os pais divorciaram-se, mas com o acidente ele percebeu que há ainda muitas coisas que os unem e que talvez seja um erro separarem-se. Ele tem medo que depois disso acontecer possa não haver volta a dar. Por um lado, gostava que também houvesse essa esperança na minha família, mas o que aconteceu com os meus pais é muito diferente do que aconteceu com os pais do B.

Mudança de caminho

Os meus pais vão divorciar-se. A nossa família está de rastos, apesar de todos estamos a fazer um esforço para não nos irmos abaixo e sermos fortes. Não sei como vão ser as coisas a partir de agora. Não faço ideia de como vai ficar a minha família. A única coisa que sei é que estou a caminhar todos os dias em direcção à minha recuperação e não posso deixar que isto me faça cair outra vez. Não posso cair porque tenho de pensar na minha mãe e nos meus irmãos. Não é justo que eles tenham mais problemas por minha causa.  Mas o dia não é só de notícias mas. O meu amigo que está no hospital saiu de coma e vai ficar bem.  Gostei tanto de o ver acordado

A precisar de uma boa notícia...

O B., namorado da minha melhor amiga teve um acidente e está no hospital. foi atropelado e tiveram que o induzir em coma por causa das dores que ele iria sentir. É horrível ver uma amigo naquela situação. Nunca pensei que uma coisa destas pudesse acontecer a alguém tão próximo.                                               
Ver o B. ali cheio de tubos, ligado a máquinas, fez-me pensar muito no valor da vida e no valor da amizade. Tenho-me aproximado tanto do B. que neste momento não o queria perder. Vai ser uma situação muito difícil de ultrapassar. Fiquei muito impressionada por ver o sofrimento dos pais dele, desesperados à espera de uma boa notícia. Também eu preciso de uma boa notícia, espero que o B. melhore em breve.

Incrédula e preocupada

O B., namorado da minha melhor amiga, teve um acidente e está no hospital. Foi atropelado e tiveram que o induzir em coma por causa das dores que ele iria sentir. É horrível ver uma amigo naquela situação. Nunca pensei que uma coisa destas pudesse acontecer a alguém tão próximo.

Muita força, amigo B.

Tenho um amigo a passar por um verdadeiro inferno. E admiro-o por isso. Todos os dias na escola vê-se perante uma nova provação. Gozam com ele por acharem que é diferente. Eu também sou diferente. O que lhe está a acontecer podia acontecer-me a mim, e creio que não aguentava. Ele, no entanto, continua a frequentar as aulas, a enfrentar tudo. É forte, sem que tenha noção disso. E o pior é que todos sabem quem o anda a perseguir. O próprio irmão e um amigo. E esse amigo é o rapaz de quem gostei. É incrível como nos podemos enganar tanto a respeito de alguém. O amor é sem dúvida cego.



Notícia triste

Hoje os pais do B. foram assinar o divorcio. Fiquei com pena dele porque os pais estão sempre a discutir a vida dele em casa é um inferno. Ainda por cima na escola estão sempre a gozar com ele, e quem goza mais é o irmão. é triste saber que uma familia se pode desfazer assim.

A minha peça...

A minha peça subiu ao palco hoje. A sensação de ouvir as palavras que escrevi ganharem vida, foi indescritível. Se por um lado me sinto livre da pressão e do receio da opinião dos outros… Por outro sinto que vou ter saudades, receio sentir um vazio… Pela primeira vez senti-me bem, sentiu que fazia parte de um grupo e que a sua opinião era importante…

Uma família despedaçada

Hoje os pais do meu amigo B. assinaram o divórcio. Fiquei com muita pena dele porque os pais estão sempre a discutir e a vida dele em casa é um inferno. Ainda por cima na escola estão sempre a gozar com ele e quem goza mais é o irmão... É triste pensar como uma família se pode desfazer assim. Os pais dele casaram porque estavam apaixonados, mas agora odeiam-se nem se querem ver mais. não sabia que o amor podia destruir assim as pessoas. Nem quero imaginar se os meus pais se divorciassem, acho que não ia aguentar. Sei que estou a melhorar porque tenho o apoio da minha família, que tem sido fantástica, mas se não tivesse como é que ia ser? Eu ficava a viver com a minha mãe? E os meus irmãos? Deixávamos o meu pai sozinho? A nossa vida mudava toda e nunca seria justo para ninguém. Nem consigo imaginar o que o B. está a sentir, mas ver a situação deixa-me com medo e também me faz perceber que a família é o mais importante que temos.

Pensamentos...

A minha melhor amiga tem um namorado novo. Ele gosta muito dela e ela também gosta dele mas… Hoje aconteceu uma coisa estranha. Eles tinham combinado ir ao cinema e ela esqueceu-se completamente. Eu não duvido que ela goste dele, mas como é que se esqueceu? Quem gosta mesmo de outra pessoa não se esquece dela, não é? Eu, se tivesse namorado, de certeza que não fazia isso. Mas eu também sei que ela não fez por mal e tenho a certeza que ele vai perceber, desculpá-la e ficar tudo bem outra vez. Aconteceu outra coisa: a minha melhor amiga ofereceu-me um presente. Uma blusa muito bonita e eu não estava nada à espera. Experimentei-a e, por momentos, senti-me quase bonita. Foi uma sensação tão boa, que não tinha há tanto tempo… A maior parte dos dias sinto-me feia, mas hoje consegui sentir-me quase bonita por uns segundos. E se isso aconteceu, quem sabe se daqui a um tempo não vou conseguir sentir-me assim durante minutos, horas e dias até?


Na direcção certa...

Hoje é um dia diferente, porque eu também estou diferente. Estou feliz comigo própria porque acho que consegui dar mais um passo para a minha recuperação. À tarde senti uma vontade quase irresistível de me ir pesar mas, ao contrário das outra vezes, consegui negar essa vontade, arrumei a balança e vim-me embora. Estou aos poucos a perceber que não posso nem quero continuar refém de uma balança, e apesar de saber que tenho um longo caminho a percorrer tambem sei que estou na direção certa.

Um grama de cada vez

Desde que comecei a ir ao psiquiatra que me sinto mais forte. Sinto que vou conseguir ultrapassar esta doença. Por outro lado, quando cedo à tentação de me pesar, parece que o mundo se vai desmoronar à minha volta e que a força me abandona. A minha irmã disse-me que eu não estou a engordar, que estou a ficar menos magra e com um ar mais saudável, mas não é isso que eu vejo quando olho ao espelho ou quando tenho um prato de comida à minha frente. Continua a ser difícil, mas eu sei que este é um longo caminho e que o vou percorrer um grama de cada vez.

Irmãs e amigas

A minha irmã foi super querida comigo e ajudou-me nesta minha recaída.
Sempre a achei mais bonita do que eu, mais inteligente do que eu... A Ana Rita é a miúda gira da escola com quem todos os rapazes querem andar e eu sempre me senti, e ainda me sinto, o patinho feio. Agora já consigo ver que não é bem assim, mas não sou capaz de deixar de sentir que ela é melhor que eu. E ela é! Porquê?! Eu já a tratei mal, já me afastei dela, mas agora quando precisei... ela esteve ao meu lado e ajudou-me sem me denunciar aos meus pais.
Eu sei que se esperam estas atitudes dos irmãos, mas a verdade é que o que me aconteceu uniu-nos como nunca. A Ana Rita mais do que uma irmã está a tornar-se numa das minhas melhores amigas. Sentir que ela se preocupa comigo, que é minha cúmplice e que, quando eu conseguir, lhe posso contar tudo o que me vai na alma, é uma sensação muito boa.  

Sinto que quase dei um passo atrás na minha recuperação, mas que dei um grande salto no que sinto e no que me liga à minha irmã.

Um passeio diferente

Hoje à tarde fui dar uma volta com o namorado da V.. Ela não pôde ir e sugeriu que fossemos os dois. Adorei o passeio, o B. é muito parecido comigo. Ambos nos sentimos estranhos na nossa pele e estamos a dois a fazer um esforço pra lidar com as pesssoas a nossa volta.

Mais um dia de São Valentim passou...

... E eu continuo sozinha. Não tenho namorado e não sei se algum dia vou ter alguém apaixonado por mim que me ofereça flores e chocolates (que nunca comeria). Apesar disso, não estou tão triste como achei que estaria.

A minha vida em teatro

Há uns tempos, quando não estava doente e a palavra anorexia ainda não morava cá em casa, escrevi uma peça de teatro que apresentei a um concurso literário. Passou algum tempo e, sem notícias, acabei por esquecer-me do concurso e até daquela peça. Mas, surpresa das surpresas, as notícias chegaram e eu venci o concurso. A directora da minha escola gostou muito da peça, propôs-me encená-la na escola e escolher alguns colegas meus para serem os actores.
Ao início, não fiquei muito entusiasmada com a ideia. A última coisa que queria era ser o centro das atenções e muito menos ser encenadora... Não tinha experiência nenhuma e as probabilidades de falhar eram mais que muitas. E eu não podia falhar, para mim isso nunca foi uma opção. Mas acabei por deixar-me convencer pela minha família, pela directora e pela minha melhor amiga, que ficou sempre do meu lado. E agora posso dizer que não me arrependo nem um bocadinho.
Estamos já a ensaiar e as coisas estão a correr tão bem que às vezes ainda não acredito que isto é mesmo real e que vai acontecer. Os meus colegas têm sido espectaculares comigo: apoiam-me, recebem as minhas críticas com um sorriso, têm uma paciência gigante para o meu perfeccionismo e dão-me confiança quando me sinto com mais dúvidas. É graças a esta peça, e a todos os que estão a ajudar-me a pô-la de pé, que todos os dias vou dando mais um passo a caminho da minha recuperação. Porque não quero, nem vou, ficar presa a esta doença para sempre. É uma promessa.

Começar de novo

A noite passada os meus pais encontraram-me desmaiada na cozinha. Tinha-me levantado para tentar comer alguma coisa, sentia-me mais fraca do que nunca, e percebi que o meu corpo não ia aguentar. E não aguentou… A ausência de comida fez com que eu tenha ficado desidratada e a precisar de cuidados médicos. Durante algum tempo não quis aceitar o que me diziam, mas todos à minha volta estavam certos: eu estava doente. ESTOU doente. Tudo o que escrevi aqui até hoje são palavras de alguém que se deixou levar por sentimentos de fraqueza. Não de fraqueza física, mas fraqueza de espírito. Sim, continuo a sentir-me gorda e feia. Mas hoje sei que fui eu que me habituei a ver-me dessa maneira, que cheguei a um ponto em que me recusei a pensar o contrário. É mais cómodo sentirmo-nos infelizes do que procurar a felicidade. Mas a partir de hoje eu quero ser feliz e para isso, não posso continuar a destruir o meu corpo. Nos últimos dias apercebi-me que tenho qualidades que não se centram apenas na beleza física. Apercebi-me que há pessoas à minha volta que me dão valor. E isso faz-me sentir bem. E tenho esperança que aos poucos, se me centrar nessas qualidades, consiga sentir-me melhor comigo mesma. Quem sabe até mais bonita. Não acreditem no que vêem no espelho. O espelho é mentiroso e as nossas inseguranças também. Acreditem em vocês, acreditem nos vossos amigos e na vossa família. Eles, sim, são a voz da razão. A partir de hoje não vou mais sentir-me sozinha com o espelho. A partir de hoje, sou a Teresa que quer voltar a viver.

Obrigada

Queria agradecer a todas pessoas que comentam o meu blogue e me apoiam. Como sabem ainda não estou certa que esta história do psiquiatra vá ajudar, mas prometo que vou dando novidades sobre o "tratamento".
Nunca se esqueçam que estamos juntas nisto e é bom saber que não sou a única.
O que partilham comigo, partilhem também com os vossos amigos e, quem sabe, com os vossos pais. Como muitos de vocês disseram, os nossos pais sabem o que é melhor para nós.

Obrigada,

Teresa

Não vou ceder!

Não vou ceder! Eu sei o que quero para mim e sei o que quero ser. E nem os médicos nem ninguém me vão fazer mudar de ideias.

Invisível

Quando ando pela escola parece que isto não tem nada a ver comigo. Não me identifico com a maioria das pessoas, parece que são todos muito diferentes de mim. Estão sempre em grupinhos, a falar e a rir... Ninguém sabe o que é sentirmo-nos sozinhos. Ninguém sabe o que é sentir o que eu sinto: Uma solidão infinita. Será que vai ser sempre assim?

Sozinha com o computador

É estranho quando parece que um computador e a internet se tornam os nossos melhores amigos, mas é isso mesmo que me está a acontecer. Hoje fui ao psiquiatra com os meus pais. Não me importei de ir só para lhes provar que não tenho nenhum problema. Mas o psiquiatra aliou-se aos meus pais e inventou-me uma doença: anorexia nervosa, a doença que matou a Xana, uma paciente do meu pai.

Gorda!

Os meus pais dizem que estou magra de mais, que estou doente… Mas eu continuo a sentir-me gorda.