EU

Quem sou eu? Não me sei definir... Podia dizer que sou boa aluna, muito boa aluna, mas acho que ainda poderia ser melhor. Afinal, é a única coisa em que sou boa. Também sei escrever. Talvez por ter lido sempre muito. Os livros não me faziam perguntas nem me questionavam. Eram e são o meu refúgio. Ao ler, viajo, e posso ser quem quero. Sinto-me leve... Ao contrário da realidade. Odeio a imagem que tenho de mim - e que os outros também têm - e os meus maiores inimigos são o espelho e e balança. Tenho terror de engordar, de me transformar numa gorda, pois aí é que tudo será pior...



Um rapaz daqueles não é para mim

Tenho de fazer tudo para o esquecer. Ele disse-me que pensou muito em mim, mas não pode ser da maneira que eu penso nele…O G. é um rapaz que não está acessível a raparigas como eu, ele é muito bonito, simpático e nunca gostaria de mim. Como se isso não bastasse, ele tem namorada. E ela é exactamente o tipo de rapariga que imaginamos para um rapaz como ele. A E. é bonita e segura de si própria. Eles fazem um casal muito bonito… Por isso o melhor para mim é tirá-lo já da cabeça enquanto ainda não é muito difícil. Tenho medo de sofrer e ter uma recaída. Os rapazes como o G. não são para raparigas como eu.  


O fim da solidão

Apesar de tudo, continuo a sentir-me muito sozinha. Sei que estou a melhorar, mas a solidão é o pior sentimento do mundo. O que eu mais queria era saber o que é amar, como é sentir-me amada e acarinhada por alguém. Às vezes sinto-me tão mal por nunca ter sentido nada desse género que me sinto sufocar. A minha melhor amiga está apaixonada, mas não é fácil, porque o rapaz de quem ela gosta está com alguns problemas e ela tem sofrido com isso. Adorava poder dizer-lhe o que fazer, mas como é que posso dar-lhe algum conselho se nunca senti nada assim? Tenho de seguir a opinião do meu psiquiatra e, quando me sentir sozinha, falar com alguém.

Com vontade, mas sem coragem

Não vou mentir, por um lado gostava muito de ir ao baile, mas por outro não tenho coragem...